ENGLISH
“Arquitetura Móvel” (Mobile Architecture) is an artistic project developed for the Labmis Residency at the Museum of Image and Sound in São Paulo. Its proposal is the transformation of architecture in mobile objects through augmented reality. Famous financial buildings from across the globe were transplanted into Paulista Avenue over historic buildings. The project, logically, is not to actually execute it, but to provoke a sense of displacement that ignites discussion.
The idea came from discussions in São Paulo about the new commercial tower and shopping mall where once was the Matarazzo's mansion. As what had happened before in the same avenue, a landmark (and it could mean architecture or historical value), or better, what was left of it, was torn down to give place to yet another attempt of copy of the great world financial centers.
There is nothing wrong to try to identify as a relevant metropolis in the global scenario. However, how much of this is achieved through the destruction of our local identity and part of our history? So this app was born: does it make sense to put the Gherkin Tower where São Luís church is located? Or the Agbar Tower on top of one of the most beautiful old residencies of São Paulo? One certainty arises: it doesn't collaborate in the development of an identity for São Paulo. Surveys made by the artist with Brazilians and foreigners suggest that there isn't a clear image of the city - there's a lot of confusion, with people citing places that are not even located in the city, negative images, like gray, concrete, chaos and crowds, besides many having absolutely no idea of what São Paulo is: among foreigners, when asked which monument represents São Paulo, 52% didn't know and 9% answered "nothing" or "none". Among Brazilians, 14% don't know, 21% cited Masp and 16% Paulista Avenue, but some answers stood out, like "chaos, traffic and pollution", Ground Zero (it's located in New York) and Central do Brasil (it's in Rio de Janeiro).
So maybe instead of copying famous buildings, shouldn't we think of imagery that represents our own identity? And here users participation is fundamental: they are asked to send a drawing or text that represents São Paulo. The suggestions will be transformed in a single proposition by the artist, on view at the residency exhibition at the Museum of Image and Sound of São Paulo (dates to be defined).
CURATORIAL TEXT | JASON SCOTT ROSEN
Sao Paulo in the 21st century is a great city facing many challenges, not only to the citizens that live within it but also itself as it vies for a place amongst other cities of global significance.
In many ways, there is a reciprocal exchange between these two types of challenges, and you can often see the cause and effects of each narrative running it's course through both. This project is an immersive guided tour through one vein of stories that in the end provides a platform to empower the citizens of São Paulo take hold of defining what this great city's distinct cultural and iconic identity can be through a collective consciousness.
Karolina Ziulkoski is a critical designer who uses technological applications to create immersive experiences that allow for a deeper participatory exchange between stories and audiences. She has done a multitude of projects that break the mold of the museum formula in order to help shape self education through multimedia as a new modicum for working toward a better tomorrow.
The result of Ms. Ziulkoski's practice at MIS is an augmented reality app that allows users to see iconic financial centers from major cities across the globe, supplanted on top of five historical buildings on Paulista Avenue. The application only functions on site, tying the virtual models to the physical world in a critique about how Brazilian urban culture is being surrendered to mediocre versions of other cities' architectures, instead of seizing the opportunity to engage in the creation of a singular identity to cities like São Paulo.
The proposal is to ignite such dialogues, while simultaneously serving as a repository for citizens to contribute their own ideas for what shape and form this identity could have. This is a call to work toward defining entirely new models of civic pride and authenticity, starting with the people who make the cities breathe and live.
PORTUGUÊS
“Arquitetura Móvel” é um projeto artístico desenvolvido para a residência Labmis do Museu da Imagem e do Som de São Paulo por Karolina Ziulkoski. Sua proposta é a transformação da arquitetura em objetos móveis através da tecnologia de realidade aumentada. Centros financeiros famosos de outros lugares do mundo foram transplantados para a Av. Paulista sobre edifícios históricos. O projeto, logicamente, não propõe executar isso, mas sim provocar um estranhamento que leve à discussão.
A ideia surgiu a partir das discussões em São Paulo a respeito do projeto da torre comercial e shopping onde antes era a casa dos Matarazzo. Como já havia acontecido outras vezes na mesma avenida, um patrimônio (e isso pode significar tanto valor arquitetônico como valor de significado histórico), ou melhor, o que restava dele, foi derrubado para dar lugar a mais um edifício que tenta copiar os grandes centros financeiros mundiais.
Não há nada de errado em procurar se identificar como uma metrópole relevante no cenário global. Porém, até que ponto isso é atingido às custas de nossa identidade local e da destruição de parte de nossa história? E assim surge esse aplicativo: faz sentido colocarmos a Gherkin Tower sobre a igreja São Luís? Ou a Torre Agbar sobre uma das mais lindas antigas residências de São Paulo? Uma certeza existe: não colabora na criação de uma identidade para São Paulo. Pesquisas realizadas pela artista com brasileiros e estrangeiros mostram que não existe uma imagem clara da cidade - há muita confusão, com pessoas citando locais que nem em São Paulo são, imagens negativas, como cinza, concreto, caos e multidão, além de muitos não terem ideia nenhuma a respeito da cidade: entre os estrangeiros, quando perguntados qual monumento representa São Paulo, 52% não sabiam e 9% responderam “nada” ou “nenhum”. Entre os brasileiros, 14% não sabem, 21% citaram o Masp e 16% a Av. Paulista, mas também foram obtidas respostas como “caos, trânsito e poluição”, o Marco Zero (fica em Nova Iorque) e a Central do Brasil (fica no Rio de Janeiro).
E então, quem sabe, ao invés de copiar edifícios famosos, não deveríamos pensar em algo que represente nossa própria identidade? E aqui é fundamental a participação do usuário: eles são convidados a enviar um desenho ou texto sobre qual seria um monumento que represente São Paulo. As sugestões serão transformadas em uma única proposta, que estará em exposição no Museu da Imagem e do Som de São Paulo em data a definir.
TEXTO DO CURADOR | JASON SCOTT ROSEN
São Paulo no século XXI é uma grande cidade enfrentando muitos desafios, não apenas para os cidadãos que ali vivem mas também para a própria cidade, enquanto busca um lugar entre as metrópoles de maior significância global.
Existe uma troca recíproca entre esses dois tipos de desafios, e muitas vezes é possível enxergar as causas e efeitos de cada narrativa correndo através de ambos. Esse projeto é um guia imersivo através de uma veia de estórias que, no final, fornece uma plataforma para empoderar os cidadãos de São Paulo a tomarem para si, através da consciência coletiva, a tarefa da definição do que a identidade icônica dessa grande cidade tão distinta culturalmente pode ser.
Karolina Ziulkoski é uma designer crítica que usa a tecnologia para criar experiências imersivas que permitem uma profunda troca participativa entre estórias e a audiência. Já realizou diversos projetos que quebram o modelo da fórmula do museu para ajudar a moldar a auto-educação através do multimídia como um novo meio para trabalhar por um futuro melhor.
O resultado do trabalho da Sra. Ziulkoski no MIS é um aplicativo de realidade aumentada que permite aos usuários ver centros financeiros icônicos de grandes cidades ao redor do mundo suplantados sobre cinco prédios históricos da Av. Paulista. O aplicativo funciona somente no local, costurando os modelos virtuais ao mundo físico numa crítica sobre como a cultura urbana brasileira está sendo submetida a versões medíocres das arquiteturas de outras cidades ao invés de usar a oportunidade no engajamento da criação de uma identidade singular para São Paulo.
A proposta é que o aplicativo provoque tais diálogos, enquanto simultaneamente serve como um repositório para que os cidadãos possam contribuir com suas próprias ideias sobre que forma essa identidade poderia tomar. Esse é um chamado para trabalhar em prol da definição de completos novos modelos de orgulho cívico e autenticidade, começando com as pessoas que fazem as cidades respirar e viver.
CREDITS | CRÉDITOS
A project by Karolina Ziulkoski
Labmis Residency 2014 - Museu of Image and Sound, São Paulo
Conceptual Adviser: Jason Scott Rosen
Models Agbar, Gherkin, Burj al Arab and Empire State: Melon 3d
Um projeto de Karolina Ziulkoski
Residência Labmis 2014 - Museu da Imagem e do Som, São Paulo
Orientação conceitual: Jason Scott Rosen
Modelos Torre Agbar, Gherkin, Burj al Arab e Empire State: Melon 3d